"Que nenhum filho da puta se me atravesse no caminho!
O meu caminho é pelo infinito fora até chegar ao fim!
Se sou capaz de chegar ao fim ou não, não é contigo, deixa-me ir..."
-Álvaro de Campos

terça-feira, 2 de julho de 2013

"A mulher que chora baixinho"


Em mim já nada existe senão lembranças.
Quero seguir sem a consciência do sentir.
Ir absolutamente por entre caminhos que me esperam.
Há tanta coisa mais interessante que aquele lugar da minha memória para que tendo a escapar.
Mas eu amo esse lugar, mesmo não passando de uma passagem vivida.
Amo-o como se fosse presente.
Perdi dias em volta desse falso presente.
Embora não saibas que morri, renasci noutro ser.
Hoje é o real. Hoje é o viver.
Não permitirei mais que esse lugar se faça passar pela minha realidade.
Vou amar a vida com intensidade.
Vou amar a vida e tudo de bom que ela me der de presente.
Se há um plano para mim, quero chegar ao fim.
A mágoa já não mora mais em mim.
Novas sensações vão nascer.
E eu irei senti-las de todas as formas possíveis, largando as fortes e enferrujadas correntes que me prendem aos antigos capítulos do livro que sou.


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