Ela desejou morrer. Desejou-o com tanta força que por momentos pensou em fazê-lo.
Acabar com a própria vida de forma tão fácil e rápida como respirar.
Deitada na cama, aquele ser que não se reconhecia, sentia tonturas fortes e arrepios na espinha.
O olhar percorria as 4 paredes à sua volta de forma desesperada, as batidas do coração eram tão fortes que poderia dizer que se ouviam por toda a rua escura.
Fechou os olhos e deixou-se chorar. Desta vez não tentou parar aquela dor vazia.
O seu corpo tremia e a respiração tornava-se ofegante com o passar do tempo.
Tudo lhe parecia distante, e ela só queria acabar com aquilo.
Aquilo chamado vida. Fim absoluto.
O choro, agora audível, tornou as batidas ainda mais fortes e a respiração presa.
Uma forte dor no peito indicava que o seu corpo pedia reforços.
Mas aquele invólucro humano não se mexeu.
Deitada nos lençóis brancos, pedia ao vazio que tudo terminasse de uma vez.
Levantou-se, e a cambalear pelos azulejos frios, olhou para os comprimidos e pensou no que aconteceria se os tomasse todos.
Contudo, controlou o seu desejo e tomou apenas um.
Deitou-se agarrada à almofada e esperou que a tempestade passasse.
Minutos depois, o efeito apareceu: teve uma noite tranquila.
Eram 4h da manhã quando viu as horas pela última vez.
Não pode existir repetição. Numa próxima oportunidade, talvez o desejo seja mais forte que a razão.
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