Não te olhei
nos olhos
Ou verias
que vendi a alma ao diabo
Estou morta,
só existo em invólucro
Não me
conheces mais
O que sabias
já não existe em mim.
Nada sou.
Não chorava
há noites.
Mas o
inesperado apanhou-me cedo hoje
E voltei a
sentir a solidão
Triste,
melancólica,
Presa aos
meus pulsos
Correntes de
ferro
Impossível
quebrar.
O tempo,
maldito tempo
Quanto tempo
mais?
O tempo é só
tempo
Não existe
cura
É um caso
perdido este
Serás sempre
a minha eterna dor de cabeça
Mal os
nossos caminhos se cruzem nas ruas
Mesmo que
ignore
Mesmo
fingindo não doer.
Levem-me daqui.
Apaguem as minhas memórias
Os arrepios na espinha
As borboletas estão mortas agora
E envenenam-me por dentro sempre que tento
seguir.
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